O combustível nuclear aquece o sonho das bases lunares

Publicado por Andre Bello em 3 de outubro de 20233 de outubro de 2023

Desde o épico pouso na Lua em 1969, o foco dos programas espaciais globais tem se expandido, relegando nosso satélite natural a segundo plano. No entanto, recentemente, a Lua ressurgiu como protagonista, vista por muitos como o trampolim que pode finalmente tornar realidade o sonho da viagem a Marte. Além disso, ela oculta valiosos recursos necessários para a tecnologia moderna, tornando-a ainda mais atraente. É nesse cenário que o Programa Artemis, liderado pela NASA, planeja estabelecer um posto avançado lunar por volta de 2030. 

Para que essa missão seja possível, uma fonte de energia confiável é imprescindível para sustentar a vida humana na Lua. É aqui que entra a Bangor University, no País de Gales, com seu trabalho inovador em células de combustível nuclear, do tamanho de sementes de papoula, projetadas para gerar a energia necessária. Esse combustível poderia alimentar microgeradores nucleares de tamanho reduzido, ideais para viagens espaciais, garantindo o fornecimento vital de energia nas futuras bases lunares. 

O autor e jornalista geopolítico, Tim Marshall, vislumbra esse avanço como o primeiro passo de uma corrida global em direção ao Polo Sul da Lua. Ele expressa sua convicção de que bases lunares serão uma realidade em 1930, com provavelmente uma base chinesa e outra liderada pelos EUA. Nessa região lunar, acredita-se que estejam escondidos minerais cruciais como titânio, lítio, silício e ferro, essenciais para uma infinidade de tecnologias do século XXI.

Entretanto, Marshall destaca um desafio importante. A ausência de regulamentações internacionais modernas é uma questão crítica, especialmente porque o principal marco regulatório, o Tratado do Espaço Sideral de 1967, data de uma época anterior à chegada de Armstrong à Lua e não se alinha com as demandas da tecnologia contemporânea. Para Marshall, “sem leis atualizadas, acordadas nas Nações Unidas, enfrentamos um cenário onde cada nação segue seu próprio caminho”.

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