A revolução da energia limpa nos Estados Unidos
Os EUA queimaram carvão, petróleo e gás durante mais de um século para se tornarem a economia mais rica do planeta – e também a mais poluente. Porém, a nação está agora abandonando rapidamente os combustíveis fósseis: em todo o país, está ocorrendo uma mudança profunda, quase invisível para a maioria dos americanos.
Uma transição energética semelhante já está em curso na Europa e noutros lugares, a um ritmo que surpreende até mesmo os especialistas que a acompanham de perto. As energias eólica e solar estão batendo recordes, e espera-se que as energias renováveis ultrapassem o carvão até 2025 como a maior fonte de eletricidade do mundo, cujo custo de produção a partir dessas fontes está diminuindo rapidamente; em muitas áreas, já é mais barato do que o gás, o petróleo ou o carvão.
O investimento nessas fontes limpas não vem apenas dos governos, preocupados em cumprir as metas ambientais dos tratados internacionais. As empresas privadas estão investindo de forma séria nas indústrias verdes emergentes. “A energia limpa está se movendo mais rápido do que muitas pessoas pensam”, entusiasma-se Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia, que estima que mais de 1,7 bilhões de dólares em todo o mundo sejam investidos em tecnologias como a energia eólica, solar, veículos elétricos e baterias este ano, em comparação com pouco mais de 1 bilião de dólares em combustíveis fósseis.
Além disso, a concorrência no campo internacional também motiva a guinada norte-americana em direção às fontes limpas: a China é o atual líder de produção de eletricidade a partir da energia do sol e do vento. Para acompanhar o ritmo, nem mesmo redutos tradicionais da produção de petróleo nos EUA ficam de fora da revolução. Um exemplo é a cidade de Tulsa, em Oklahoma, que já foi conhecida como a capital mundial do petróleo. Ao chegar no porto da cidade, o visitante se depara com uma fábrica de painéis solares, investimento de 1 bilhão de dólares da empresa italiana Enel. Mais uma prova de que, de Beijing a Londres, de Tokyo a Washington, de Oslo a Dubai, a transição energética já está em curso.
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