A Coragem de Carlos Burle
O segundo episódio da série TELA PARTILHADA, conduzida por Luis Justo – CEO do Rock in Rio – fala sobre Coragem. Esta série aborda aspectos da emblemática e prestigiada cultura organizacional construída pelo Rock in Rio ao longo de 35 anos de história. No primeiro episódio foram apresentados numa conversa com Roberta Medina os dois eixos – SONHAR e FAZER ACONTECER – que formam a filosofia de sustentação para os 8 pilares culturais Rock in Rio. O convidado desta vez foi o bi-campeão mundial de ondas grandes, o brasileiro Carlos Burle. Falando diretamente do Havaí, conversou sobre bravura, atrevimento e determinação. Atributos tão importantes para os esportes extremos quanto para as organizações navegarem o mercado contemporâneo. Um papo sobre ondas gigantes e festivais para centenas de milhares de pessoas. Ambos representando os desafios massivos que levam seres humanos, atletas e organizações cada vez mais longe.
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“Quem não tem medo não está vivo.” – Para começar a entender a coragem é preciso antes entender o medo. Segundo Burle, o medo é o que o mantém vivo em meio às monstruosas ondas que surfa. O medo é visto como um fator não só positivo, mas fundamental. Tanto para a sobrevivência quanto para o gerenciamento de riscos. Algo que faz muito sentido no surf e também no mundo dos negócios e culturas organizacionais. Para superar o medo é necessária muita preparação, que por sua vez traz a preciosa confiança que permite atletas e corporações encararem grandes desafios. Mas Burle traz uma ressalva: No surf de ondas grandes não há ambiente controlado e nem datas marcadas. O swell pode chegar a qualquer momento e, portanto, a preparação deve ser contínua. É preciso estar sempre em forma e a postos para trabalhar com o inesperado, assim como no mundo dos negócios é fundamental (cada vez mais) estar sempre pronto para encarar o novo e inusitado. Alguma semelhança com o mundo VUCA que estamos vivendo?
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“Não queria ser mais um tijolo na parede.” – O rock e o surf precisaram romper padrões para ganhar seus espaços e se estabelecerem com suas mensagens e contribuições. A coragem de Burle para romper padrões e desbravar novos paradigmas foi motivada pelo desafio de provar que a sociedade estava errada sobre estereótipos. Que por trás de aparências e convenções sociais existem seres humanos únicos que merecem a chance de tentar algo novo. Uma baita lição para profissionais e organizações que se cristalizam diante do medo. Seja o medo do desconhecido, da exposição aos erros, de assumir novas narrativas de mercado. Algo que pode esconder grandes histórias de sucesso, afinal, segundo Burle, o melhor da vida está do outro lado do medo.
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“Eu sinto que deu certo porque era muito verdadeiro.” – A coragem ganha força quando vem do coração. Coragem, aliás, significa agir de acordo com o coração. E isto é muito importante para manter a integridade (outro pilar Rock in Rio que será tratado nas próximas edições da série) e práticas coerentes. Mesmo diante do imprevisto. O incidente protagonizado por Maya Gabeira e Burle em 2013 ilustra muito bem a importância de assumir imprevisibilidades. Com uma equipe totalmente preparada para as ondas em Nazaré, todos estavam cientes dos enormes riscos envolvidos e foi exatamente esta consciência que permitiu manter os protocolos e evitar uma grande tragédia. Seja no surf de ondas grandes ou nos negócios, mais que estar preparado para encarar cenários extraordinários, é fundamental não se abalar com o insucesso momentâneo. Seja no esporte ou nas organizações, o fracasso deve ser visto como ferramenta de evolução para diminuir os riscos e aumentar as chances de acerto nas próximas oportunidades.
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Sensibilidade e conexões marcaram a conversa entre Justo e Burle. Nos mostrou como a coragem, além de ser um atributo cultural relevante para organizações, nos estimula a superar desafios e nos tornarmos seres humanos melhores. E que este caminho exige trabalho duro e proporciona também (por que não?) muita diversão. Mas… WORK HARD, PLAY HARD é papo para o próximo episódio de Rock in Rio Tela Partilhada.
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