O ‘Jogo Infinito’​ e as Organizações

Publicado por Andre Bello em


Simon Sinek constrói uma argumentação em diversas perspectivas e demonstra a insustentabilidade (econômica, social e ambiental) dos modelos organizacionais vigentes. E resume os 3 objetivos que devem guiar os passos de uma organização que quer se desenvolver num Jogo Infinito.


O novo livro de Simon Sinek traz a temática do Jogo Infinito, baseado na obra de James P. Carse (autor do livro Jogos Finitos e Infinitos). 

Segundo os autores, a esmagadora maioria de pessoas e organizações praticam jogos finitos, acreditando em partidas sem surpresas, com competidores conhecidos, em um horizonte de tempo preciso. No entanto eles nos apresentam a ideia de que a vida e o mercado são (cada vez mais) jogos sem regras. Jornadas cheia de surpresas, sem competidores definidos, sem horizontes temporais precisos. E por isso as pessoas e organizações deveriam assumir novas posturas.

No capítulo 5 do livro, Simon discorre sobre as responsabilidades das organizações contemporâneas. De uma forma muito corajosa, traz uma profunda visão de mercado que colide frontalmente com os modelos vigentes. Sem medo de contestar diretamente as ideias de grandes nomes da economia clássica, Simon não poupa críticas às ideias de Milton Friedman. Milton foi economista, Prêmio Nobel, que nos anos 1970, entre outras ideias, instituiu que os executivos de uma empresa deveriam seguir interesses dos acionistas. Leia-se “gerar o maior lucro possível”.

Simon constrói uma argumentação em diversas perspectivas, que põe por terra esta abordagem. Demonstra a insustentabilidade (econômica, social e ambiental) deste modelo e abre espaço para a discussão sobre novos papéis das organizações perante o mundo. E resume os 3 objetivos que devem guiar os passos de uma organização infinita (nesta ordem):

(1) Levar adiante um propósito: 

As organizações infinitas devem oferecer às pessoas um senso de pertencimento, e de que sua vida e seu trabalho têm uma valor que transcende o do trabalho físico.

(2) Proteger as pessoas: 

As organizações infinitas devem prover segurança para as pessoas. Devem proteger colaboradores, clientes e o meio ambiente que trabalham e vivem.

(3) Gerar lucro: 

As organizações infinitas devem gerar lucro como forma de tornar viáveis as duas primeiras responsabilidades.


Além das palavras de Sinek, é possível perceber que muitos modelos em nossas vidas estão ultrapassados e merecem ser revisitados. Os acontecimentos recentes, que impactaram (e ainda impactarão) indivíduos, organizações, mercados e nações, talvez se mostrem como um momento oportuno para rupturas e novos começos. Afinal, a vida continua, é um jogo infinito.



4 comentários

nismike · 8 de janeiro de 2023 às 00:59

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